É nítido que estamos passando por um momento ímpar em nossos municípios. Estados considerados ricos por anos, exemplos de investimento e de qualidade de vida, chegaram a anunciar que estão encerrando 2016 em estado de calamidade financeira. A mídia nos ajuda a lembrar, dia após dia, que está cada vez mais difícil a Administração Pública entregar à população de fato o que ela espera de uma boa gestão.
Já anunciamos aqui no blog o cenário atual apresentado pelo Sistema FIRJAM, que aponta que 90% dos municípios brasileiros praticamente se encontram em situação crítica. Desafio este que os novos gestores terão de enfrentar.
O alto gasto do dinheiro público sem o devido planejamento, a falta de controle na gestão das finanças e a dependência dos repasses do Governo Federal são apenas alguns dos pontos-chave que explicam este atual cenário.
Mas, e os municípios referência da boa gestão? Como conseguem?
Sem dúvida não existe nenhuma mágica. Além da busca pelo aumento da receita própria, a resposta pode ser assim resumida: fazer mais com menos. É esta regra que faz com que, a cada dia, os novos gestores, sejam eles públicos ou privados, alcancem a eficiência desejada.
Para ter sucesso com escassez de recursos é necessário um objetivo comum, uma meta de trabalho, o alinhamento com todas as Secretarias e o envolvimento da população no plano de governo. Promessas podem ser feitas, mas o cumprimento é essencial. Entregar o projeto ou prestar contas do por que ele ainda não foi entregue é a grande diferença e a luta de muitos gestores municipais.
O Planejamento Plurianual (PPA), que será desenvolvido neste ano pelos novos gestores, servirá como direcionamento do mandato, e a resposta de como fazer mais com menos está totalmente ligada a ele. Conhecer os números reais do município antes da elaboração do PPA e acompanhar o desenvolvimento passo a passo é o que fará a diferença.
Afinal, fazer economia não é simplesmente cortar os gastos, isso é o que se pensa sempre no primeiro momento. Economizar muitas vezes diz respeito a reorganizar as coisas, fazer de uma maneira diferente a fim de que se chegue ao resultado mais rápido ou, ainda, investir. Isso mesmo, investir também pode ser uma forma de fazer mais com menos. Um ótimo exemplo para um bom investimento é a substituição de um contrato atual que dá “X” de resultado por um novo que passe a entregar “2X”, se pagando em um curto ou médio prazo.
Outro ponto que auxilia no controle dos gastos é simplesmente ver para onde o dinheiro está indo. É preciso classificar as despesas de maneira que possibilite a visualização de onde se está gastando mais ou qual projeto está despendendo mais dinheiro. Assim é possível frear o desembolso de um projeto a qualquer momento, aplicando em outro que está atrasado e precisa ser colocado em dia, caso tenha prioridade na conclusão naquele momento.
Acompanhar os números é fundamental para que se possa agir nos desvios de percurso que surgem no dia a dia. Contudo, o que de fato faz diferença é encontrar o desvio antes que seja tarde demais, evitando que o resultado esperado fuja pelo ralo.
Muitas vezes o que temos pode já ser a melhor forma de administrar as despesas e receitas, contudo, apenas não se está controlando como de fato deveria estar. Pessoas são indispensáveis neste processo, elas precisam estar comprometidas com o resultado e entender onde é necessário colocar esforços naquele momento, a fim de obter resultados mais rápidos e consistentes.