Educação pública: problemas emocionais de professores

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O ambiente da escola e sala de aula é impactado pela instabilidade emocional do professor. Apesar da paixão por lecionar, muitos docentes encontram-se desgastados pelo estresse e dificuldade em trabalhar na rede pública e precisam pedir afastamento das escolas. Para tomar atitudes que melhorem a situação psicológica dos professores e consequentemente aumentem a qualidade do ensino, é necessário entender as questões que dão origem ao problema.

Em 2017, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) realizou uma pesquisa com 762 professores da rede pública de vários estados do Brasil. O resultado foi alarmante: 71% dos entrevistados já ficaram afastados da sala de aula por desenvolverem problemas psicológicos e psiquiátricos nos últimos cinco anos.

A maior incidência é de estresse, com 501 ocorrências (65,7%). Em seguida aparecem a depressão (53,7%), alergia a pó (47,2%), insônia (41,5%) e hipertensão arterial (41,3%). Os sintomas de mal-estar também apareceram em vários entrevistados. Foram 531 casos de ansiedade, 491 de cansaço ou fadiga e 480  afirmaram ter problemas de voz.

Quais são as causas dos problemas emocionais?

O adoecimento de docentes está diretamente relacionado às más condições de trabalho: episódios de violência, falta de infraestrutura, ausência de recursos básicos e redução de profissionais de apoio aos professores, como coordenadores pedagógicos, psicólogos e mediadores de conflito. Devido ao número elevado de alunos por turma, os docentes precisam gastar ainda mais energia para manter o controle da classe. Eles perdem muito tempo lidando com indisciplina e não conseguem cumprir o plano de aula previsto.

Segundo dados do Questionário Prova Brasil 2015, aplicado a diretores, alunos e docentes do 5º e do 9º ano do ensino fundamental, mais de 22,6 mil professores foram ameaçados por estudantes e mais de 4,7 mil sofreram atentados à vida nas escolas.

O Plano Nacional de Educação (PNE) prevê diversos itens básicos de infraestrutura para instituições, no entanto, apenas 2% das escolas brasileiras que atendem alunos mais pobres possuem esses itens, contra 70% das que atendem os mais ricos.

Além de todos esses fatores, a falta de valorização do profissional torna a situação dos docentes ainda mais crítica. Baixos salários e longas jornadas de trabalho aumentam o desgaste físico e emocional.

Medidas de auxílio ao professor

Existem diversas medidas para melhorar a situação das escolas públicas brasileiras, das mais simples, às mais complexas. Com a melhora da infraestrutura, disponibilidade de recursos, relação entre pais e escola melhor (assunto que já tratamos em outro artigo), os docentes irão sentir os reflexos positivos. No entanto, sabendo que essas medidas são a longo prazo, existem outras formas de auxiliar os professores que estão enfrentando um grande desgaste emocional.

É muito importante que o profissional tenha acompanhamento psicológico, que deve ser disponibilizado pela instituição. Além disso, recursos e apoio à alimentação do professor são muito importantes para a saúde do docente.

Algumas iniciativas podem ser realizadas dentro da própria escola, como organização de grupos de reflexão, com reuniões periódicas. Dessa forma, o docente poderá ter apoio de outros colegas, discutir suas angústias, limitações e pedir conselhos. Juntos eles podem procurar alternativas para resolver ou amenizar os problemas.

No livro “O jeito Harvard de ser feliz”, Shawn Achor defende que ser otimista e feliz é a chave para o sucesso. O autor explica que para ser mais otimista é necessário moldar como o cérebro enxerga o mundo: você deve acreditar que a vida se organiza aos poucos, basta encarar os problemas como desafios e não ameaças.

Ter hábitos positivos como: escrever todo dia coisas que gosta na sua vida, fazer meditação e exercícios físicos podem contribuir para essa mudança. Uma das coisas mais importantes citados por Achor é: nunca pare de socializar! Por mais deprimido que você esteja, é importante ter o apoio de amigos e se distrair. Essas dicas servem para qualquer pessoa em uma situação de depressão e podem ser uma ótima forma de professores lidarem com seus problemas emocionais!

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Betha

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